Cobrança individualizada da CAESB (água e esgoto)

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

O número de condomínios que aderem à medição individualizada é crescente. Nos últimos três anos, a estimativa é que o setor como um todo tenha crescido acima de 100%. Também pudera. Cálculos recentes mostram que a economia pode atingir 50%, número bastante expressivo e importante em tempos onde a discussão sobre a falta da água está em todos os lugares.
Além do lado financeiro, a medição individualizada tem outras vantagens. Entenda como funcionam os sistemas.
BENEFÍCIOS

- Em média, a economia gerada pela individualização é de 30%, mas pode atingir 50% em alguns casos. Os condôminos deixam de pagar a conta de água no condomínio e passam a receber a cobrança em casa. Esse sistema permite um controle maior sobre consumo e gasto.

- Inadimplência reduzida é outra vantagem da implantação desse sistema, e o benefício se estende também à mensalidade do condomínio.

- O sistema de cobrança individual também funciona perfeitamente em condomínios comerciais, onde costuma haver disparidade no consumo de água entre os condôminos. E isso é explicado pelo fato de que empresas de diferentes setores têm necessidade de consumo de água variadas umas das outras.

- Qualquer edifício pode receber a instalação do hidrômetro – a diferença é que em prédios mais antigos a intervenção varia e o custo pode aumentar.

- A identificação de vazamentos também fica facilitada com a cobrança individual, por conta de um eventual aumento de consumo.

- Uma das maiores vantagens, depois da economia, é o fato de poder cortar o fornecimento apenas da unidade que está com contas pendentes, em vez de prejudicar todo o condomínio.

- A cobrança individual também é uma forma de tornar o consumo da água mais consciente. Como cada um pagará pelo que consome, haverá um controle maior e, possivelmente, o fim do desperdiço. - Acaba com brigas e discussões no condomínio, já que cada morador pagará exatamente pelo que está consumindo.

SISTEMAS DE INDIVIDUALIZAÇÃO
ONDAS DE RÁDIO
COMO FUNCIONA - O setor de medição individual sempre tem novidades e uma das tecnologias que tem sido bastante procurada é a medição que utiliza rádio freqüência. “A tecnologia via rádio é precisa e segura, dispensando a instalação de quaisquer cabeamentos e centrais de computadores no condomínio”, informa o engenheiro Marco Aurélio da Metragen. - Existem vários modelos de rádio freqüência no mercado: uns utilizam sistema de compartilhamento, onde pode haver a utilização de até quatro hidrômetros para um único rádio; o mais atual, entretanto, utiliza um aparelho para um medidor e é conhecido como um por um.

- O sistema consiste na instalação de um dispositivo radiotransmissor acoplado ao hidrômetro. O hidrômetro transmite o consumo de água apontado ao dispositivo que, por sua vez, envia as informações via rádio.

- A coleta dos dados é feita por um funcionário da empresa prestadora do serviço que, com um computador de mão especializado, em frente ao prédio, recebe as informações que são enviadas pelo dispositivo.

- Esse sistema dispensa a entrada de funcionários no condomínio. A recepção dos dados é feita do lado de fora do portão.

- Os dados armazenados neste computador de mão são descarregados na central da empresa que faz o gerenciamento dos dados– cálculo do consumo, ocorrência de vazamentos e podendo até apontar tentativas de fraude.

- O custo do equipamento e da instalação geralmente é inferior ao de outros medidores. Para um edifício com 100 apartamentos, por exemplo, o custo é de cerca de R$ 420,00 por apartamento, considerando a instalação de um hidrômetro por unidade sem a necessidade de reformas ou interferências na rede hidráulica.

- A tecnologia de radio freqüência dispensa a passagem de cabos e fios pelo condomínio e o prédio não precisa ter computador, telefone e internet banda larga.

- Os hidrômetros utilizam transmissores de rádio que trabalham na freqüência 434Mhz.

- Esses transmissores funcionam com baterias de lítio e a vida útil varia de 10 a 15 anos.

- A empresa que opera o sistema reúne as informações e as envia para o condomínio com o consumo e valor a ser pago por cada condômino.

SISTEMA DIGITAL
COMO FUNCIONA- O sistema é simples e consiste na instalação de um hidrômetro para cada unidade do edifício. O equipamento fica na entrada de cada unidade. Há diferentes sistemas de individualização de consumo, como o de leitura digital.- Nesse sistema, o hidrômetro gera dados que são armazenados em uma central e num computador. Um software faz o rateio da conta e medição pontual do consumo.

- Uma das vantagens desse sistema é que todo o rateio é feito pelo computador sem possibilidade de erro. O processo acompanha o conceito de edifício inteligente.

- Outro ponto positivo está relacionado à segurança. A leitura é feita remotamente e não há necessidade de acesso aos apartamentos.

- Em prédios antigos é necessária adaptação. Instala-se o hidrômetro e levam-se cabos dos medidores de cada apartamento até o térreo.

- É possível fazer a adaptação em prédios já construídos, mas em São Paulo os prédios novos estão sendo construídos com instalação para leitura remota. Processo mais rápido e simples. A aprovação da Lei 551/03 em São Paulo – que aguarda sanção do governador José Serra – tornará obrigatória a individualização em novos condomínios.

- Sai mais caro do que o equipamento convencional. Software e equipamentos têm custos mais elevados.

CUSTO DO SISTEMA DIGITAL- O custo varia em função do número de apartamentos. Quanto mais apartamentos, menor o custo do software.

- Se a tubulação é de PVC, por exemplo, o custo cai. Se é de cobre, aumenta.

- Em um prédio padrão, com 60 apartamentos, com 2 banheiros cada, a implantação do sistema completo digitalizado sai, em média, a R$ 600 por unidade, com serviço de instalação e software específico desenvolvido pela LAO - Liceu de Artes e Ofícios.

SISTEMA DE LEITURA PULSADA

- Prédios novos e antigos podem receber esse sistema.

- É feita uma quebra 15 cm por 25 cm para localizar o cano. Instala-se hidrômetro com saída pulsada. A cada litro de água consumido, o equipamento envia um impulso elétrico para o painel.
- Instala-se também um bloqueador de água, com o objetivo de punir a inadimplência.
CUSTO DO SISTEMA ELETRÔNICO

- Prédio de 60 apartamentos, 2 banheiros cada. Em edifícios com duas colunas prumadas (que distribuem a água do prédio para as unidades), aproximadamente R$ 700 por unidade. Com uma prumada, R$ 400 por unidade.
Atualmente, qualquer prédio pode receber um sistema de medição individual, as opções de sistemas aumentaram e até os edifícios mais antigos têm a possibilidade de implantar a medição e cobrança individual.
CUSTOS
Implantar um sistema de individualização requer planejamento. Os custos variam muito – dependem do tipo de edifício (novo ou antigo) e do sistema escolhido. Os prédios novos, por exemplo, normalmente já estão preparados para receber o sistema, o que reduz a mão-de-obra e barateia o custo.

- Se você optar pelo sistema de leitura eletrônica, o valor fica em torno de 500 reais por unidade. Nesse tipo de leitura, os dados de consumo são enviados por telemetria às empresas e repassados em planilhas de custo para as administradoras, que providenciam o boleto devendo ser pago pelo condômino. O sistema que utiliza radiofreqüência costuma sair mais em conta. Como citado na outra reportagem, se não forem necessárias reformas, o custo sai em torno de R$ 420,00 por apartamento.

- No caso de leitura manual, feita por um leiturista, que pode ser um técnico da empresa que instalou o sistema ou de serviços terceirizados, o valor do projeto fica em média 200 reais por unidade, em prédios novos.

- Em prédios antigos, não preparados para esse tipo de sistema, o custo da instalação pode variar entre R$ 600,00 e R$ 5.000,00 por apartamento. Isso vai depender do número de prumadas hidráulicas existentes em cada unidade. Se o apartamento for abastecido por uma prumada, a instalação custaria R$ 600,00 para leitura presencial e R$ 750,00 para o sistema de radiofreqüência. O de radiofreqüência, aliás, é umas das melhores opções para construções antigas, já que dispensa cabeamentos.

- A individualização não é somente a instalação de medidores em cada prumada do apartamento. Em prédios antigos, ela deve acompanhar a instalação de novas prumadas de abastecimento para interligação das já existentes dentro da unidade habitacional. Isso evita que o hidrômetro fique dentro do apartamento.

- Como alertou a empresa A J Martani, algumas prestadoras de serviço oferecem a instalação de um medidor por prumada existente, ou seja, se houver cinco colunas de água serão instalados cinco hidrômetros. Esse procedimento não é recomendado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e nem por outras concessionárias.

- Em prédios antigos que, pelo tempo de construção, necessitam de troca de colunas, uma possibilidade é aproveitar a obra para realizar a instalação do sistema, o que pode trazer praticidade e abater alguns custos. - Nos prédios novos, a construção muitas vezes já pré-dispõe o sistema de individualização. Nesses casos, o condomínio deve verificar se a construtora deixou o local para o hidrômetro na unidade ou na área comum, pois isso implica em diferenças no orçamento para instalação do sistema, e também no método de leitura da conta.

COBRANÇA E INADIMPLENTES
A cobrança é individual e pode ser incorporada à taxa condominial mensal ou cobrada separadamente. - Os inadimplentes podem ter sua água desligada, pois o sistema identifica as unidades que têm contas em aberto. Mas isso deve ser acordado em Assembléia, antes da instalação do sistema e, como citado na outra matéria, é preciso ficar atento a isso para evitar problemas. É aconselhável buscar orientação jurídica.- A manutenção do sistema pode ou não ser feita pela empresa que desenvolveu o projeto e instalou em seu condomínio. Verifique antes da contratação o tempo de garantia e serviços oferecidos após a obra. Certifique-se de a manutenção do sistema tenha uma cláusula exclusiva no contrato firmado entre o condomínio e a empresa instaladora.-
DEPOIMENTO DE QUEM OPTOU PELO SISTEMA
O síndico do condomínio das Nações III, Benedito da Cunha Rufino, aprova a instalação do sistema de hidrômetros individuais em seu condomínio, que foi feita há 10 meses.
De acordo com o síndico, os resultados já foram vistos no segundo mês após a instalação. A redução nos gastos gerais do condomínio foi de 27%, "e assim, foram caindo os valores pagos pelas unidades", explica.
O condomínio escolheu modo de leitura manual. Como o edifício tem mais de 27 anos, foi necessário uma obra para trocar a tubulação, o que saiu por volta de R$ 180,00 para cada morador. "Tudo foi dividido em 10 vezes", afirma Rufino.
Uma boa surpresa para Rufino foi verificar que o sistema de cobrança individualizada de água não trouxe apenas uma forma mais justa na divisão das contas: também a inadimplência diminuiu muito em seu condomínio. Isso aconteceu porque a conta de água é cobrada junto com a taxa ordinária. Assim, são poucos os que se arriscam a ficar devedores, e de quebra, ter cortado o fornecimento de água.
Fontes:
- Sindiconet
- Engenheiro João Martani (AJ MARTANI Instalações e Individualizações de Água)
- Wagner Ferraz (Di Maggio)
- Engenheiro Marco Aurélio (Metragen – Sistemas de Medição Individual)
- Regina Oliveira (Gerente Comercial - Hidrosolution)
- Benedito da Cunha Rufino (Síndico - Condomínio Nações III)

EMPRESAS
Empresas que realizam o serviço e são cadastradas no portal SíndicoNet:

- No Distrito Federal-DF clique aqui

Uma espécie de casamento forçado e nem sempre feliz.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007


Série publicada pelas organizações Globo de Televisão.

Quantos decibéis têm a tranqüilidade? Um país de condomínios, medido pelo IBGE: quase 13 milhões de pessoas vivendo em apartamentos. Quase 13 milhões de vizinhos.
Cada prédio na paisagem representa um desafio diário. Um desafio de tolerância, de paciência um desafio de convivência. São milhares de pessoas dividindo os mesmos espaços, as mesmas responsabilidades, mas cada um procurando também as suas individualidades. A privacidade possível.
Como compor a harmonia dos diferentes? Pra tentar responder a essa pergunta, decidimos visitar primeiro o Copan, o maior condomínio do país.
Quando projetou o "S" gigantesco que virou um dos símbolos de São Paulo, Oscar Niemeyer nunca imaginou que, um dia, a vida de cada um dos 1.160 proprietários estaria registrada numa pasta do síndico.
Repórter: “Quando estamos falando de bloco F, apartamento 324, nós estamos falando de quê?”Seu Afonso: “De multa!”
De Leonardo, rapaz moderno. Mas, como ele diz, com problemas de "comunicação" com o vizinho de baixo.
Repórter: “Você conhece o vizinho debaixo?”Leonardo: “Conheço só de gritar na janela.”
Quando essa turma descolada decidiu vir morar no último andar do Copan, imaginava ter chegado perto do céu. Bateram de frente com dois engenheiros.
“Depois de dez, 12 horas de serviço, tomar um banho, deitar e dormir e não consigo por causa da zoeira aqui de cima!”, afirma Eugênio Campos.
Calma, seu Eugênio. Tem mais gente sofrendo com os vizinhos. O estudante Rafael.Teles e seu saxofone. “Sai umas coisas que as pessoas chamam de garça. A palheta pega na boca e dá um barulho engraçado”.
Pelas contas do aprendiz, no mínimo mais quatro meses pra melhorar. E aí, vizinho? “Garota de Ipanema que está tocando agora. Eu não agüento mais ouvir Garota de Ipanema. Peguei um trauma”, reclama o vizinho.
Pelo menos não é no meio da noite, não é Seu Eugênio? “Sei que eles chegam aqui depois das 22h. A noite é dia pros caras!”
“Eu fico acordado trabalhando até de madrugada. Eu me sinto melhor assim”
Os jovens criativos abriram uma produtora cultural bem em cima da cabeça dos pobres engenheiros. “Um dos problemas que a gente imagina são os tacos soltos”.
Repórter: “Quanto custa pra consertar esse taco?”Leonardo: “A gente não sabe.”Repórter: “Deve ser mais barato que a multa.”
R$ 380 vezes seis. Punição total: R$ 2.280.
“De manhã eu bato com um cabo da vassoura no teto. É a minha vingança!”, conta Seu Eugênio.
O condomínio quer impedir a renovação do aluguel. Os rapazes tentam diminuir o barulho. “Agora, eu chego em casa e tiro o sapato. porque de meia não faz barulho. Eu uso meia de futebol, porque ela dura mais, então eu posso andar de meia e ela não estraga”, conta um dos sócios da produtora musical.
Pra eles, pode ser tarde. É o que diz a lei. “A convenção dos condomínios está para os condôminos como a Constituição Federal está para todos os membros da sociedade”, explica Sílvio de Souza, vice-presidente do Tribunal de Justiça-RJ.
O Código Civil prevê: é ilegal perturbar o sossego da vizinhança. E cada cidade estabelece os limites do barulho aceitável. Então, como soltar aos quatro ventos a vontade de fazer o que se quer, sem incomodar ninguém?
Será que a antropologia responde? “Eu acho que o condomínio é um microcosmos da problemática geral da vida em sociedade. Como é possível conviver com as diferenças, com as tensões que surgem com as diferenças. É preciso desenvolver mecanismos de empatia, uma sensação de que estamos no mesmo barco, temos que nos apoiar, desenvolver solidariedade básica mínima”, diz GILBERTO VELHO, antropólogo da UFRJ.
Quase um ano se passou e só agora a aposentada Lídia Lopes conheceu o vizinho barulhento da frente, cantor. Nada de queixas. Mas a paz tem regras. “Durante o dia, tudo bem. À noite, até as 22h”, diz Dona Lídia.
O cantor logo amolece Dona Lídia. Cartola é convocado para um dueto de vizinhos.
Nessa hora, ninguém se importa se o clássico desafina. Com um pouco de boa vontade, Lídia e Jéferson evitaram os espinhos da discórdia e deram força ao ditado: quando um não quer, dois não brigam.

Como reduzir o preço do condomínio

segunda-feira, 5 de novembro de 2007


De A Tribuna On-line

Luzes acesas em todo prédio. Uso e abuso dos elevadores. Resultado: valor do condomínio altíssimo. Confira manerias de reduzir as despesas do prédio.Nilo Sales bem que tentou manter o preço do condomínio congelado, mas com a troca do hidrômetro do prédio, a conta de água dobrou. E ele já fez as contas para saber quanto vai subir o condomínio: “De R$ 390 ele deve ir para aproximadamente R$450”. Segundo os números do IBGE, de agosto para setembro de 2007 o valor dos condomínios no país subiu de 0,31% para 1,05%, bem mais que a inflação do período, que caiu de 0,47% para 0,18%. As contas de água foram as grandes vilãs. Segundo a Associação Brasileira de Administradoras de Imóveis, só no Rio de Janeiro elas subiram 8,5% em setembro. Nas contas dos condomínios, os gastos com folha de pagamento dos funcionários costumam pesar. São porteiros 24 horas. Muitas vezes até seguranças. Quando se pensa a economia, o inimigo é este. Vale uma regra baixa para garantir a tranqüilidade dos moradores. Mas, quando se pensa em economia, um inimigo é o elevador. Regra básica: evitar chamar o elevador social junto com de serviço. Outras dicas: - Instalar sensores de presença nas garagens, escadas e corredores. - Evitar uso de mangueira para lavar os carros. - Fazer a manutenção constante para evitar vazamentos no prédio e apartamentos. - Trocar lâmpadas incandescentes por fluorescentes. Quando conseguiu comprar um apartamento quarto e sala, Denise Donato achou que tinha resolvido o problema de gastos com moradia. Mas o condomínio hoje virou quase um aluguel: R$ 500. “Eu acho absurdo. Estou tentando mudar. Adoro o apartamento, o lugar, mas esse valor é impraticável”, alega a professora. As informações são do Jornal Hoje.